segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sou assim, e daí?

Que triste é sentir na pele, o preconceito Uma dor que fere e machuca o peito Seja negro, pobre, deficiente, gordo Nada no mundo justifica o preconceito.

Sim sou gordinha, e daí?

Minhas curvas são delineadas, tal estrada, Meu sorriso é doce e terno, sou liberdade Carrego no olhar a ternura e a suavidade. Adoro chocolate, um orgasmo verdadeiro, Não me consolo num abraço traiçoeiro, Não creio no valor frio, sórdido e rançoso, Creio no amor superando tudo, esperançoso.

Sim sou gordinha e dai? Tenho um pouco de anjo, voar livremente Das bruxas herdei o feitiço e o encantamento Da mulher, a delicadeza e a feminilidade, Da canção, um coração ditando poesia, Da música, todas as notas, multiplicidade.

Sim sou gordinha, e daí? Eu sou todos os sons que a vida interpreta Eu sou a harmonia da sinfonia que encanta Eu sou a força do viver edificando tudo Eu creio em mim e nos meus valores, contudo Não creio na falsa verdade do preconceito.

Sim sou gordinha, e daí? Meu espelho não mente, não me engana, Vejo nele reflectido meu corpo e minha alma. São tantos rumores, falsos pudores, Corações de cera fria, perseguidores, Vou juntando os cacos e deito-os no lixo. Não entro em conflitos, sou a paz, Sou eu, amando, sorrindo, chorando, Pela vida fora, segura vou andando.

Sim sou gordinha, e daí? Sou menina, mulher, mãe, avó, Sou amiga, vizinha, tia… Sou feirante, florista, ou vadia. Sou o que eu quiser,

Por ora sou, simplesmente, mulher.

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